terça-feira, 10 de março de 2009

PADRE DE HONÓRIO GURGEL É ASSALTADO QUATRO VEZES, PERDE A PACIÊNCIA E CHAMA A POLÍCIA PARA DEBATER O PROBLEMA DA VIOLÊNCIA NO BAIRRO



COBERTURA ESPECIAL - JILÓ PRESS - SEGURANÇA PÚBLICA
Texto e fotos: Débora Fernandes - EQUIPE ÔNIX / e Andrea Loureiro - EQUIPE ESMERALDA
Depois de ser assaltado quatro vezes, o padre Marcos Paulo (com microfone, 3ª foto), da Paróquia de Santa Luzia, em Honório Gurgel, meteu a boca no trombone para reclamar da falta de segurança: chamou a polícia, convocou autoridades e moradores da região para debater o problema. O encontro aconteceu na noite desta terça-feira (10/03), no salão de eventos da paróquia, onde foi promovido um debate sobre segurança pública. A reunião contou com a presença do vereador Reimont, Tião do Viva Rio, e do comandante do 9ºBPM (Rocha Miranda), coronel Batalha (na foto, de uniforme).
O padre aproveitou o tema da Campanha da Fraternidade deste ano para tentar amenizar os problemas de segurança existentes. “Não dá pra continuar com esse clima de medo e insegurança que ronda o nosso bairro, não me sinto tranquilo andando pelas ruas depois de uma certa hora”, desabafou o padre Marcos Paulo, que já foi assaltado quatro vezes próximo a paróquia onde celebra suas missas.
O objetivo do debate foi conhecer melhor os problemas do bairro de Honório Gurgel e adjacências e, junto com as autoridades, encontrar soluções para os problemas de segurança. “A violência tem aumentado muito no bairro. Na semana passada mesmo colocaram fogo em um ônibus na esquina da minha casa”, denunciou Ana Lúcia, 52 anos, moradora do local. Ela se referia a um ônibus que foi incendiado na rua Ururaí, domingo passado, depois que a polícia matou dois traficantes da favela conhecida como Mundial.
COMANDANTE RECONHECE DIFICULDADES DE POLICIAR A REGIÃO E APRESENTA O PROJETO DE CRIAÇÃO DO 40º BATALHÃO (CEASA)
O comandante do 9º BPM iníciou o debate falando sobre a dificuldade de reduzir o índice de violência na região. O 9º batalhão é composto de 1.400 homens, e é responsável pelo patrulhamento de 25 bairros, abrangendo cerca de 80Km de área. A circunscrição é grande para o contingente de sua corporação que, em fevereiro, perdeu dois policiais em troca de tiros com bandidos: um no morro do Chapadão e, o segundo, em Oswaldo Cruz.
Batalha apresentou à comunidade o croqui de um projeto que ainda está no papel (reprodução acima): a criação do 40º batalhão, que será construído dentro do Ceasa, em Irajá. Esse novo batalhão ajudaria a suprir a demanda de policiamento para dar mais segurança à população. “A polícia tem uma parcela de culpa pela violência que atinge a sociedade, mas vale lembrar que a sociedade é formada pelas nossas famílias e, por isso, também precisamos cooperar”, pediu o comandante.
O coronel Batalha frisou que o problema da violência não pode ser combatido apenas pela polícia, mas, também, com a educação. “Não é só com polícia que vamos resolver esse problema, isso tem a ver com educação, que deve vir de casa e ser aplicada no dia-a-dia”. O vereador Reimont concordou sobre a importância da educação. “Para que a segurança pública e qualquer outro setor possa evoluir é necessário que se invista rigorosamente na educação”, defendeu.
Moradora e integrante da comunidade da Igreja de Santa Luzia, Lucineide Andrade da Silva reivindicou providências imediatas. “Queremos segurança agora, não para depois, quando a casa cair”, cobrou do coronel Batalha. Já a dona-de-casa Eliete Cesário, 66 anos, que mora em Honório Gurgel desde que nasceu – não demonstrou o mesmo otimismo: “Não acredito que alguma providência será tomada aqui no bairro e nem nas adjacências, eles prometem que vão fazer algo e nunca fazem, eu não acredito mais”, afirmou, desanimada.
Batalha encerrou o debate convidando a todos para o café da manhã comunitário, que acontece toda primeira segunda-feira de cada mês no 9º BPM, onde a comunidade pode discutir sobre os problemas que acontecem na região.

2 comentários

Jiló Press disse...

Débora Fernandes, meus parabéns! Matéria quente, oportuna. Acabou de acontecer já estava no Jiló. Com foto e com texto. É isso aí. Cuide de voc~e, da sua produção. Cuide da sua carreira e siga em frente. Só um detalhe: faltou sobrenome da personagem. Poderia ter mais informação sobre a história do padre. vale uma entrevista pingue-pongue com ele. Se quiser fazer, seria muito legal! Complete as informações para vc receber a nota inteira, ok?

Ricardo França
Editor-chefe

Jiló Press disse...

O mais interessante do formato de se fazer jornalismo no Jiló é que temos repórteres cobrindo diversos pontos da Zona Norte e as postagens com matérias e notas chegam a cada minuto. E pela primeira vez, no início da madrugada desta quarta-feira, aconteceu de duas repórteres de equipes diferentes postarem textos e fotos de um mesmo evento, da editoria de Segurança Pública. Estava corrigindo em tempo real, ou seja, editando o texto assim que era postado. Quando, de repente, me deparei com o outro texto. Não houve combinação de pauta, mas, nesse caso, o editor atua no sentido de unificar os textos e as fotos, cortar gorduras e aproveitar ao máximo do esforço coletivo. Cheguei a falar com a Andrea loureiro pelo telefone. Não falei com a Débora Fernandes. Tanto que o meu primeiro comentário (acima) está defasado. E isso é muito legal. Parabéns às duas repórteres pela primeira COBERTURA INTEGRADA da breve história do nosso blog.

Vocês merecem.
E eu também mereço dormir.
Afinal, fico blogado cerca de 17horas/dia.

Ricardo França
Editor-chefe

Postar um comentário

Participe aqui!

Design by UsuárioCompulsivo alterado por Marcos Benjamin ^