Fotos e vídeos: Marcus Derbly
Mesmo com as chuvas no final de tarde, típicas do verão carioca, o suburbano não desiste de um “esquenta” para o carnaval. Foi assim que o bloco Rebola Preta passou a tarde e a noite deste domingo (24). Para embalar a animação um caminha de som estava a postos com muita marchinha, pagode e samba é claro.
Quem marcou presença foi o grupo “Casa de Jorge” cantando e batucando músicas para todos os gostos e idades. Começando em Demônios da Garoa, com “Trem das onze”, passando por Zeca Pagodinho e Revelação. Além de mesclar marchinhas de Dalva de Oliveira, Lamartine Babo e Chiquinha Gonzaga.
O bloco comemora no próximo dia 13 de fevereiro 2 anos de existência. Com tudo dentro dos conformes com a prefeitura do Rio de Janeiro, os foliões de Cascadura e redondezas puderam curtir com muita tranqüilidade.
Além de muito samba no pé, os foliões precisam de uma forcinha para recarregar as energias. Essa força foi dada com
Quem não quisesse comer peixe, podia comprar um galeto na barraca do Luis. O galeto era vendido à R$ 7,00. Luis tem uma salão de cabeleireiro no bairro há 20 anos e aproveita para montar sua ‘frangueira” nas festas de rua e nos finas de semana. “Trouxe 30 frangos. Espero que volte para casa sem nenhum”, conta ele otimista.
E por que Rebola Preta? Um dos fundadores do bloco conta que um grupo de 10 amigos sempre se encontravam no bloco do “Bola Preta” e com o tempo o bola preta foi ficando muito cheio. Daí veio a idéia de fazer um bloco, que além de ser mais vazio, iria unir todos os amigos, e principalmente ser perto da casa de todos, pois todos são moradores da zona norte da cidade, então Cascadura era um ponto muito bom para todos. “O nome surgiu exatamente em homenagem ao “Bola Preta”, conta Luis Ricardo, conhecido pela galera do bairro como Ricardinho. Ele é responsável pela parte burocrática do bloco, como liberação com a prefeitura, parceria com a polícia militar, além de tentativas de patrocínio. “Mesmo com todas as dificuldades que os órgão públicos dão, não desistimos nunca. O nosso objetivo maior é resgatar o carnaval de bairro, o carnaval de rua”, fala Ricardo.
O outro fundador do bloco é Luis Carlos. Ele conhecido no bairro como Luca e fica responsável pela organização e divulgação do bloco. “Fico muito feliz em ver nossa idéia crescer. Estamos apenas no segundo ano, mais sei que com os amigos, teremos ainda muitos carnavais para festejar, sempre com muita alegria e respeito”, contou Luca.
Como todo bloco de carnaval que se preze tem que ter uma rainha, e um “Rebola Preta” não poderia ficar para trás. Márcia Gabriele, de 24 anos, conhecida como Gabi é rainha do bloco. Com 2 anos de existência, Gabi sempre foi a rainha oficial. “Para mim uma rainha deve ter muita humildade, ter carisma e samba no pé”, declara Gabi. No próximo dia 07 de fevereiro, será eleita a princesa do bloco que fará parceria com Gabi.
O casal de namorados Rafael Costa, 23 anos, e Gabriela Garcia, de 22 anos, acompanham o bloco desde o primeiro desfile, que foi no carnaval do ano passado. “Poder festejar o carnaval no bairro onde moro e fui criado é muito bom. Manter esse costume de carnaval de rua sem precisar ir para o centro da cidade ou para a zona sul é perfeito”, declarou Rafael empolgado.
Uma das ilustres presenças no bloco foi de Dora Oliveira, de 62 anos. Dora foi nascida e criada e no bairro e sempre amou o carnaval. Foi passista na Portela e no Arrastão de Cascadura. Só que um operação de medula há 10 anos, fez com ela perdesse os movimentos das pernas. Isso não delimita nada para Dora. Ela mora sozinha, faz compras sozinha, costura, faz artesanato, cozinha e ainda dá aquele jeitinho na casa. E a participação no carnaval? Continua mais do que assídua. Ela e sua motinho adaptada, andam pelo bairro inteiro. Na cestinha ela carrega uma bolsinha com seus objetos particulares e documentos, e é claro um copo, com suporte e tudo. Dora não dispensa uma cervejinha gelada, ainda mais no calor do Rio de Janeiro. “Continuo minha vida normalmente. Amo o carnaval. Ter esses blocos de rua, principalmente em Cascadura, para mim é excelente, pois facilita meu acesso e continuo sem depender de ninguém”, declara Dora.
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