sexta-feira, 29 de maio de 2009

MILÍCIA CONTROLA A VIDA DOS MORADORES EM QUINTINO

JILÓ DENÚNCIA
Texto: Débora Fernandes e Rosana Fleury - Técnicas de Reportagem - Equipe Ônix / Foto: Débora Fernandes

Não é de hoje que a milícia vem crescendo e tomando conta da cidade. Esse poder paralelo que vende segurança, serviços clandestinos e controla a vida dos moradores, há pouco mais de um ano dominou o bairro de Quintino, na Zona Norte do Rio.

Um grupo armado que age paralelamente à polícia e se intitula como Associação de Moradores da Caixa d’Água, está atuando em Quintino, controlando o comércio e interferindo no cotidiano dos moradores do bairro, chegando a controlar o horário de chegada e saída dos moradores, que perderam a sua privacidade.

TRIBUNAL - Esse grupo, formado por policias e ex-policias, anda pelas ruas do bairro à paisana e, nessa ronda diária, eles observam a movimentação no bairro, mantendo assim o controle permanente da área. Quando alguma regra imposta pela milícia é descumprida eles tratam de tomar providências e, quando julgam ser necessário, chegam a matar.

CONTROLE - Nas regras impostas pelos milicianos no bairro, os moradores podem escutar funk, mas as músicas que fazem apologia ao tráfico estão proibidas. Se algum morador for fazer uma festa onde receberão muitos convidados, a milícia pede para ser avisada. O controle sobre viciados de drogas é total, como conta um morador do bairro, que pediu para não ser identificado com medo de represálias. “A milícia aqui manda mesmo. É ruim alguém bater de frente, porque se forem contrariados eles esculacham. Não tem muito tempo morreu um moleque com vários tiros no rosto que estava usando maconha em uma rua próximo ao morro da Caixa d’Água. Não pode dar mole”, denuncia.

CARNÊ - É implantando essa política do terror que a milícia domina a região, sobrevivendo da venda de serviços clandestinos como Tvs por assinatura e o famoso gatonet. É cobrado dos moradores uma taxa de segurança no valor de R$ 15,00, que são obrigados a pagar, via carnê mensal.

EXECUÇÃO - Os comerciantes são os que mais sofrem com a extorsão das milícias. Eles pagam uma taxa que varia de R$ 25,00 a R$ 100,00, dependendo da localização e do tamanho do comércio. Os comércios localizados na rua Clarimundo de Melo, uma das ruas mais movimentadas do bairro, pagam as taxas mais altas. Segundo moradores, um homem ficou um mês se recusando a pagar a taxa de segurança imposta pela milícia. Quando viram que o homem não ia pagar mataram a tiros o filho dele, quando voltava do trabalho.

Vários moradores já denunciaram, anonimamente, o abuso e a ousadia dos milicianos a policiais da 28ª DP (Campinho), que tem Carlos Henrique Machado como delegado-titular. Eles aguardam uma atitude das autoridades, que já começaram a atuar na área, numa operação realizada dia 28 de Maio, quinta-feira, no Morro do 18, que resultou na prisão de 16 homens ligados à milícia. Na ação, a polícia apreendeu armas e munição. O grupo é considerado um dos mais fortes do Rio e usava o Morro do 18 como sede. Com as prisões, a polícia acredita que a milícia vai perder a força na região.

3 comentários

Andréa Loureiro disse...

Parabéns pela postagem Débora,gostei muito,está ótima como todas as matérias que você faz!
Continue assim,você me inspira como jornalista!rs...

Débora Fernandes disse...

Obrigadaaa Andréa,fique sabendo que vc tb me inspira rs
Achei excelente a sua ultima materia das pessoas que recomeçam a vida depois de um acidente, um trabalho tao bonito acontecia perto de mim e eu nao sabia.
A maneira com que vc abordou a historia dos personagens foi mto legal, vc tb esta de parabéns.
Beijos!

Anônimo disse...

é vcs são foda quando a bandidagem estava atuando vcs tiam medo de falar ou ligar para policia agora que algumas pessoas de boa vontade e uma boa atitude de tirar esses vagabundos do morro...agora que toda a bandidagem foi embora vcs querem que a policia tirem a (melicia) é a verdade é essa vcs tem que sofrer a preçao da vagabundagem para ver quem estava serto..com o trafico de droga, bailes funk só imoralidade,vendas de armas para matar ou roubar quem naum é vagabundo. é vcs naum sabe oq estão fazendo..........vcs querem os vagabundos de volta ou a segurança...que esta agora...???????

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