segunda-feira, 22 de junho de 2009

"JORNALISTAS UNIDOS, JAMAIS SERÃO VENCIDOS"


Por Andrezza Henriques (6º Período); Robson Rodrigues (4º Período) e Rafael Ramos (6º Período) / Fotos e vídeo (TV JILÓ): Robson Rodrigues

“Gilmar Mendes não escuta a voz que clama na rua / De um povo já cansado de ver tanta falcatrua / Mas ainda se espanta e não quer um Gilmar Dantas / Sem respeito por quem sua”

O cordel escrito pelo jornalista Admar Branco, professor de revisão e copydesk da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), retrata o sentimento que uniu cerca de 200 pessoas vestidas de preto, na manhã dessa segunda-feira (22), em protesto contra a decisão do Supremo Tribunal Federal que tornou não obrigatória a exigência de diploma para exercício da profissão, na última quarta-feira (17). Estudantes, professores, pais de alunos e jornalista profissionais percorreram as ruas do centro com canudos de papel nas mãos, simbolizando o diploma. A marcha contra o STF partiu da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), com destino a Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).
A repórter da rádio Band News FM, Solange Diniz, deixou a ABI com um megafone entoando gritos de revolta e protesto como “Jornalista sem diploma: nosso país em coma”, “Não é mole não, o meu diploma virou pano de chão”, “Aço, aço, aço, jornalista não é palhaço”, “Ada, ada, ada, Gilmar Mendes (presidente do TSF) é piada”, “Não é mole não, jornalista não é cozinheiro não”, “Ao, ao, ao diploma é obrigação” e “Jornalistas unidos jamais serão vencidos”.

O presidente da Associação Profissional dos Repórteres Fotográficos e Cinematográficos do Rio de Janeiro (ARFOC) , Alberto Jacob Filho, estava vestido de cozinheiro em alusão à comparação feita pelo ministro Gilmar Mendes. “Nós estamos aqui dando início a um movimento para regulamentar a profissão de todos os trabalhadores que vão passar pelo mesmo processo que estamos passando. Não vai ser o Gilmar Mendes, escravocrata, como disse o ministro Joaquim Barbosa, que vai nos transformar em escravos de sua fazenda. Vamos juntar as nossas forças rumo à Brasília e iniciar esse processo para estabelecer a dignidade das nossas profissões”.

Até mesmo quem não é jornalista estava presente na manifestação. Sebastião Baptista, 64 anos, (depoimento no vídeo acima) estava representando sua filha, Graziela Cataldo Baptista, jornalista há 5 anos, formada pela Universidade Estácio de Sá, campus Rebouças e mestre em Comunicação pela UERJ. Graziela é formada na mesma turma em que o coordenador líder do curso de Comunicação Social do Rio, professor José Laranjo, fez o seu mestrado. Ele estava indignado com o “ato de terrorismo” feito pelo STF e estava com uma placa presa ao peito em que dizia: “E agora, jornalista vai enfiar o diploma aonde?”

A estudante da FACHA, Isabela Guedes, de 27 anos, levou para o protesto um rolo de papel higiênico, para demonstrar a nova “utilidade” do diploma de jornalismo. “Essa é a forma com que a sociedade civil vê o diploma, como papel higiênico”, disse a estudante, mostrando o rolo de papel na mão.

Profissionais respeitados no mercado de trabalho também marcaram presença no protesto, como a atual diretora de Relações Internacionais da Federação Nacional dos Jornalista (FENAJ), jortalista Beth Costa, que estava incrédula com o retrocesso que essa decisão causa ao Jornalismo. “O STF se mostrou despreparado para a questão. O juiz Aeres Brito disse que a profissão do jornalista tem mais artes e literatura do que técnica. Isso é um absurdo. Só podem ter o interesse de grandes empresas, democratizando a contratação. Assim, eles podem contratar quem eles querem e não pessoas qualificadas”, desabafou Beth.

Representantes de sindicatos estiveram presentes para dar seu apoio à marcha, como Sônia Regina da Silva, diretora do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio, que resumiu sua opinião com a seguinte frase: “Isso é uma decadência da informação. A sociedade como um todo perde. O vice-presidente do Sindicato de Jornalistas, Rogério Marques, também marcou presença na manifestação e elogiou a melhoria que o jornalismo teve com a instituição do diploma, que poderia ser afetada com essa decisão. “O Sindicato entende que essa posição foi um desastre não apenas para os jornalistas, mas para toda a sociedade. Até as décadas de 60 e 70 existiam jornais da chamada 'imprensa marrom', que eram dedicados a escândalos, o que não é importante para a sociedade. Estamos unidos com a FENAJ, à ABI e sindicatos do Brasil inteiro para reverter essa decisão do Supremo”.

ORKUT - As organizadoras do protesto foram as alunas Marcele Correa, estudante da Estácio de Niterói e Lívia Lamblet, 25 anos, estudante da FACHA. Elas procuraram no site de relacionamento Orkut, comunidades relacionadas ao jornalismo e foram adicionando recados indignados com a decisão do STF. Com a resposta e o interesse das pessoas foi criado uma comunidade chamada “Diploma de Jornalismo: Sim”, e com essa criação foi dada a idéia do protesto. “Esta manifestação está acontecendo não só no Rio de Janeiro, mas também em São Paulo, Brasília, Teresina e Caxias do Sul. Entramos em contato com a ABI e com o sindicato do jornalista para nos ajudar na organização. Todos nós precisamos correr atrás de nossos direitos. Isso foi uma ofensa para todos nós.”, disse Lívia Lamblet.

Alunos de outras instituições de ensino como UFF, FACHA, UNIRIO E Veiga de Almeida também estiveram presente na luta contra a desvalorização do jornalista. Marcaram presença na cobertura da manifestação além do Jiló Press, a Rede TV, A Tv Justiça, a Rádio CBN, a Tv MEC e a RadioBras.

Participaram da cobertura do Jiló Press: Jéssica Braziel (3º Período); Victor Chrisostomo (3º Período); Tais Guimarães (3º Período); Enderson dos Santos (6º Período); Aline Bastos (6º Período) e Bernardo Moura (7º Período)

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