terça-feira, 21 de abril de 2009

JOVENS 'REPÓRTERES' DA COMUNIDADE TREINAM PARA PARTICIPAR DA RÁDIO JILÓ




Texto Andrezza Henriques - Estagiária Mídia Impressa / Fotos Efraim Fernandes

O 2º módulo do Projeto Repórter Comunitário começou dia 13 de Abril com a sala cheia, no campus Madureira. Formada por 47 jovens do ensino fundamental e médio de cinco escolas das zonas Norte e Oeste do Rio, a turma – que congrega adolescentes de diversos bairros do subúrbio – revelou um ponto em comum entre eles: a paixão precoce pelo jornalismo. Ministrado pelo professor Marcelo Sosinho, que também é o chefe de reportagem da Rádio Rio de Janeiro, o curso é gratuito e tem como foco o radiojornalismo. O módulo prevê cinco aulas, sendo uma por semana, totalizando 10 horas no total. Ao término, os jovens ganharão certificados e poderão atuar como correspondentes informais de seus bairros, como repórteres comunitários do Jiló Press e da Rádio Jiló.
Os estudantes vão conhecer a história do rádio no Brasil, desde o surgimento e desenvolvimento do veículo até os dias de hoje. Durante as aulas eles aprenderão o que é notícia e como é o texto radiofônico. O conteúdo prevê, ainda, introdução básica sobre técnicas de redação, entrevista e reportagem em rádio, produção e gravação de uma entrevista e de uma síntese noticiosa para ser veiculada na Rádio Jiló, veículo da Agência de Notícias Zunido, gerenciada por professores e estudantes de jornalismo do campus Madureira. Todas as aulas serão realizadas no laboratório de rádio, no Núcleo Prático de Comunicação (Nucom), localizado no 3º piso do Madureira Shopping.
A primeira aula foi marcada com muito interesse. Temas como o Repórter Esso, as leis que regulam a veiculação radiofônica no país e até transmissões de futebol foram debatidos em sala de aula. O professor Marcelo Sosinho interagiu com os alunos, perguntando quem gostaria de ler alguma nota. No começo, os ‘jovens-repórteres’ ficaram tímidos. Depois, adoraram a idéia de sentir na pele, como é o trabalho em um estúdio de rádio.
Maria Elisa Souza, que está no 8º ano na Escola Municipal Rodrigo Otávio Filho, achou a aula bem descontraída. “Achei que a aula seria bem formal, por ser em uma universidade, mas foi ao contrário”, avaliou. Da mesma escola, Carolina Carvalho já está certa de sua escolha: “Quero fazer jornalismo, esse curso vai me ajudar a saber o que vou ver daqui a alguns anos na faculdade. Já vou chegar por dentro do assunto”, acredita. O estudante Augusto Nascimento, da Escola Luiza Marinho, em Oswaldo Cruz, reconheceu o verdadeiro objetivo do projeto. “O curso foi pensado de forma que os estudantes possam realmente participar, levando em conta os horários da escola e as nossas condições financeiras”, resumiu.
Para a Universidade Estácio de Sá, a importância desse projeto é a inserção da comunidade no mundo universitário. “É uma chance de os alunos do ensino médio estarem em contato com o que se fala em uma universidade. Aprender o que é o jornalismo, qual o papel do jornalismo e sua importância na sociedade, o que é fundamental para que eles escolham sua profissão a partir de agora”, diz o coordenador de Jornalismo do campus, professor Márcio Gonçalves, que participou da abertura do módulo. “O projeto é fundamental porque eles estão sendo privilegiados com uma idade ainda aquém da decisão de definir a profissão. Estão tendo a chance de viver e exercitar o jornalismo antes do momento crucial. A sociedade ganha porque a universidade está dando oportunidade à pessoas que não têm acesso a esse tipo de trabalho. Eles vão poder resgatar num futuro bem próximo os frutos dessa escolha”, avalia.
O idealizador do projeto e coordenador de Jornalismo do Nucom, professor Ricardo França, defende o espírito do trabalho, que é dar oportunidade para estudantes da comunidade. Ele se sente gratificado em ver o interesse e a participação dos jovens da região e saber que seu projeto saiu da cabeça para as salas de aula. “Na verdade estamos formando uma rede de jovens repórteres comunitários que poderão participar informalmente da nossa Agência de Notícias Zunido e do blog Jiló Press. Uma vez formados, eles poderão produzir matérias, reportagens e entrevistas falando de seus bairros. Esse conteúdo será publicado nos veículos da Mídia Impressa. Quem ganha é a comunidade”, explica França, que em setembro e outubro do ano passado ministrou o primeiro módulo do projeto, jornalismo para a mídia impressa. O terceiro módulo, televisão, está previsto para Maio.
ESCOLAS – Os jovens matriculados no 2º módulo são estudantes das seguintes unidades de ensino: Escola Municipal Professora Luiza Marinho (Oswaldo Cruz), Escola Municipal Rodrigo Otávio Filho (Irajá), Escola Municipal Roberto Burle Max (Jacarepaguá), Instituto Carmella Dutra (Madureira) e Escola Municipal Professor Carneiro Felipe (Marechal Hermes). Mas a oportunidade está aberta para as demais instituições da região.

2 comentários

Maria E. disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Maria E. disse...

Ah que saudades desse curso...

obs: queria saber se tem mais fotos do curso?

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