quinta-feira, 28 de maio de 2009

JILÓ PUBLICA SÉRIE ESPECIAL SOBRE FOME FEITA POR 130 ESTUDANTES DE JORNALISMO DE MADUREIRA. REPORTAGEM LEVOU 6 MESES PARA SER CONCLUÍDA

Balanço
As faces da fome: RAIO X da investigação

Da Redação AGÊNCIA DE NOTÍCIAS ZUNIDO
Por Ricardo França (editor-chefe) e Marcos Benjamin (editor-web)

O JILÓ PRESS começa a publicar a partir de amanhã (sexta-feira/29 de maio), a série de reportagens especiais 'As Faces da Fome’, realizada por 130 estudantes de jornalismo de três turmas de Técnicas de Reportagem do campus Madureira, no primeiro semestre de 2006. O trabalho investigativo resultou em um livro - ainda inédito - de 150 páginas. O livro-reportagem será publicado em capítulos no blog JILÓ ESPECIAL, mais um veículo da blogsfera JILÓ BIB (Blog in Blog).
O projeto, inédito no curso de Comunicação Social da Estácio, ligado ao Laboratório de Mídia Impressa (Nucom-Madureira), visou dar a sua parcela de contribuição na discussão social sobre as questões que envolvem o problema da fome na região metropolitana e em cidades do Grande Rio. O tema, polêmico, usado por políticos de esquerda, de centro e de direita em tempos de disputas eleitorais, foi um desafio enfrentado por professores e estudantes durante os sete meses de investigação.

Ao todo foram 39 matérias apuradas em bairros diversos das zonas Norte, Oeste, além do Centro da cidade. A investigação de campo começou em Madureira, rompeu os limites geográficos do Rio e percorreu bolsões de miséria e rincões de pobreza na Baixada Fluminense. Os estudantes apuraram histórias de personagens vítimas da fome em Duque de Caxias, Belford Roxo, Nova Iguaçu, São João de Meriti, Queimados e Nilópolis e até em Saquarema, na Região dos Lagos. Foram ao todo 40 horas de gravações de entrevistas (45 fitas K-7) e cerca de 500 quilômetros percorridos em idas e vindas dos estudantes-repórteres atrás das informações.

Aproximadamente 130 pessoas foram entrevistadas; 75 políticos, entre deputados estaduais e vereadores e um assessor especial da Presidência da República (Brasília); secretários de governo, dirigentes de ONGs, representantes de instituições defensoras dos Direitos Humanos e da cidadania; além de 40 especialistas em diversas áreas do conhecimento acadêmico: nutricionistas, médicos, assistentes sociais, psicólogos, professores, jornalistas, advogados, sociólogos, antropólogos, cientistas políticos, policiais, defensores e promotores públicos. E, também, as vítimas das artimanhas da fome e do desemprego: uma legião de desempregados, catadores de lixo, crianças e adolescentes vendedores de bala, engraxates e estudantes de três escolas públicas municipais e de uma escola privada.

Os estudantes foram convidados a produzir desenhos e redações de forma a traduzir o que eles pensavam sobre o tema fome. O material colhido foi submetido a análise de psicólogos que avaliaram como o problema afeta essas crianças e adolescentes, muitos deles moradores de áreas miseráveis. Todo o trabalho foi apoiado e incentivado pelas diretoras de escolas.

A reportagem analisou cerca de 500 páginas de Diários Oficias do município para identificar emendas parlamentares de vereadores que nunca fizeram projetos contra a fome, mas que, em suas emendas, morderam cerca de R$ 1 milhão do orçamento de 2006 em ações supérfluas e politiqueiras - grande parte delas com disponibilização de verbas para centros sociais deles ou de aliados políticos. O levantamento revelou que, desse montante, apenas R$ 10 mil foi destinado ao combate à fome no Rio de Janeiro neste ano.
Os estudantes cruzaram os dados para chegar nas ONGs e Centros Sociais beneficiados. Contudo, muitos não possuem telefone e sequer endereços. A repórter-estudante Marcelle Alhadas tentou obter informações junto aos gabinetes dos próprios vereadores, mas nem eles souberam (ou quiseram) revelar os endereços e contatos dessas instituições. A reportagem chegou o CNPJ das mesmas, na internet, mas eles não foram localizados.

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