domingo, 7 de junho de 2009

CIRANDA DE POESIA PARTICIPA DO VIRADÃO CARIOCA

Amantes da poesia: sarau existe há 30 anos na biblioteca

PLANTÃO JILÓ PRESS NO VIRADÃO CULTURAL
Texto e Foto: Débora Fernandes/ Rosana Fleury/ Marilia Rangel - Técnicas de Reportagem - Equipe Ônix
A Biblioteca Municipal Cecília Meireles participou do Viradão Carioca na tarde deste sábado (06/06), na Praça Seca – Jacarepaguá, com um sarau poético apresentado pelo grupo Poesia Simplesmente, que encantou o público presente com os poemas declamados.

O sarau nasceu na varanda da biblioteca há 30 anos, segundo Alaíde Bernarde, ex-diretora do local e uma das fundadoras. "Numa conversa com a professora Dyla Sylvia surgiu a idéia do recital. Assim, a informação de que haveria um sarau foi se espalhando de boca em boca, até que reuniram-se cerca de 20 pessoas. No primeiro sarau havia dentista, militares, médico, entre tantos outros, mas quem mais chamou atenção naquela reunião foi um menino humilde, que trabalhava em uma oficina mecânica e chegou de última hora com uma linda poesia que inspirou a todos. Quando demos conta já havia anoitecido e percebemos que o sarau deveria acontecer mais vezes, e permanece até hoje", conta Alaíde. O projeto foi crescendo e o sarau recebeu o nome de Ciranda, dada pela ex-funcionária da biblioteca, Antonia Augusta. O evento recebeu um padrinho e uma madrinha, nomes mudados anualmente.
Grupo Poesia Simplesmente: da Zona Sul para a Zona Norte
O sarau atraiu cerca de 30 pessoas amantes de poesia e foi conduzido pelo grupo Poesia Simplesmente, da Zona Sul do Rio. É formado pela diretora cultural do Sindicato dos Escritores do Estado do Rio de Janeiro, Angela Maria Carrocino; pela conselheira da União Brasileira do Escritores, Laura Esteves; pelo poeta Sílvio Ribeiro de Castro, que já lançou dois livros desde a existência do grupo, há onze anos; Rosa Born, que não pôde comparecer, e Delayne Brasil, formada em letras, com dois livros publicados e um CD gravado, o Nota no Verso.

Delayne Brasil: “queremos levar a arte e a poesia a qualquer lugar”
O Poesia Simplesmente faz integrações de linguagens e trabalha com poema, música e elementos teatrais, “para fazer a poesia mais próxima do público geral”, diz Delayne. O grupo começou em uma oficina de poesias da Biblioteca Nacional e, dessa turma, surgiu o Poesia Simplesmente. Toda terça-feira se apresentam no Teatro Gláucio Gill, no encontro chamado de “Terça conVerso no café”. O Poesia Simplesmente se apresenta aonde chamarem: escolas, universidades, hospitais, praças públicas, eventos. Delayne Brasil diz que esse é o objetivo do grupo: “queremos levar a arte e a poesia onde puder”.

Meirelles e Sala: umbigada encerra o encontro

Ciranda contou com presenças ilustres, como Romildes Meirelles e Jackson Sala, o ex e o atual presidente da Casa do Poeta, centro cultural de Praça Seca. Também marcou presenta Eunice Barros, que se define "maior de 60 anos" e foi a primeira atriz de rádio no Brasil. Na ocasião, ganhou o apelido de 'Barbie', no Centro Cultural. “Amei, adorei, gostei demais”, opinou sobre o sarau.

O poeta angolano Talapache, como gosta de ser conhecido, tem 40 anos, e também marcou presença na Ciranda. Há 20 anos radicado no Brasil, mora em São Paulo, onde desenvolve o projeto ALL (Acesso Livre ao Livro). Talapache está escrevendo um livro. “Eu gostei muito do sarau, mas faltaram jovens”, comentou sobre a pouca participação da juventude à literatura. "Em São Paulo há mais jovens e crianças que participam de movimentos poéticos", comparou.

O médico Julio César, 77 anos, foi ao sarau porque buscava distração, já que gosta de poesia, seu irmão havia falecido e enconta de luto. Júlio começou a criar poesias no fim de 1988, por influência dos pai advogado e da mãe, normalistas. “Achei muito bom e muito alegre”, comentou sobre a Ciranda.

UMBIGADA - O sarau terminou à 16h30, após a “umbigada”, brincadeira entre os poetas, onde um recita após o outro. Mas para declamar precisa “umbigar”, cantando a música:

“Poesia na roda aê, quem chegou ta bem chegado, (2x)
umbigada em você, para dar o seu recado“. (2x)

Terminaram a Ciranda com o grito de guerra:
“Poesia sempre, poesia cada vez mais”.

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